terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Resenha Crítica

COSTA, Maria H.A. Linguagem como interlocução, aprendizagem como cognição situada.

Resenhado por Aparecida

A visão empregada nesse artigo tem como objetivo central relacionar o dialogismo bakhtiniano e o ponto de vista da cognição situada. Nesse sentido, sustenta que a concepção tradicional de ensino, baseada no cognitivismo clássico, é contrária ou não condiz com a concepção da língua como ação, visto enfatizar o saber teórico abstração em detrimento do conhecimento prático. Tendo em vista o exemplo de atividades voltadas para o ensino de gênero, o conteúdo destas, mostram o gênero como o conjunto de características formais e negam o caráter dinâmico, situado, dialógico da linguagem.
A primeira observação que aponto é entre “o dialogismo de Bakhtin e os PCN´s”, a autora aponta e explicita diversos conceitos do dialogismo bakhtiniano presente nos PCN´s; questões estas relacionadas ao gênero, à interação, à linguagem como diálogo, ao discurso, etc.
A segunda observação está no conjunto - “ ensino ou aprendizagem”. A autora relaciona no decorrer da sua explanação vários questionamentos que norteiam o processo de ensino e aprendizagem, tais como: instrução versus aprendizagem, ensino explícito versus ensino implícito, individual versus social e por último, sistemas estritamente construídos versus sistemas amplamente construídos. Para isso, toma como base autores como Varela (1989), Clark (1996) e, sobretudo Brown e Duguid (1989) , destes dois últimos vale salientar colocações bem oportunas ressaltadas pela autora sobre a questão do ensino e aprendizagem. Um exemplo é a dificuldade em se pautar o ensino pela teoria da aprendizagem situada não residir na impossibilidade de se criarem tecnologias, e sim na necessidade de reconceptualizar, além do conceito de aprendizagem, outras noções dominantes no meio educacional.
Na terceira observação, vemos claramente a questão do ensino como instrução e do gênero como produto; neste a autora a partir de Brown e Duguid, expõe que no trabalho com os gêneros em sala de aula quase sempre, se parte da descrição para se levar o aluno a produzir de acordo com os parâmetros descritos. Mesmo usando-se recursos como os “chamados projetos”. O mais importante neste tipo de ensino, segundo a autora, é a concepção de que a instrução é que garante a aprendizagem. A partir de outras colocações pontuais, a autora faz a análise de várias atividades didáticas que trabalham gênero e mostra através do seu ponto de sua ótica a visão presente nestas atividades. O gênero como conjunto de características formais, como se a linguagem fosse estática.
A autora discute, na última observação, a questão do gênero como processo discursivo e da aprendizagem como apropriação de conhecimento. Nas considerações finais reintera diversos aspectos pontuados no decorrer do artigo e propõe outras atividades possíveis para o trabalho com os gêneros.
O artigo resenhado é um excelente referencial para outros trabalhos com gêneros na perspectiva dialógica de Bakhtin, sob o ponto de vista da cognição situada. E vai mais além. Principalmente, oferece uma rica discussão sobre a prática docente no tocante ao trabalho com os gêneros em sala de aula.

Resenha Crítica sobre Ética

                                                                                                                                          Por: Aparecida



                   Lendo esse texto parei para refletir sobre o que de fato entendemos sobre Ética, que tipos de conceitos têm implícito em nossas mentes sobre o que de fato significa essa palavra tão falada e tão pouco usada.
                  Confesso, pesquisei na internet, vasculhei alguns sites, mas percebi uma coisa: alguns dos sites pesquisados são vagos, trazem uma noção muito superficial do que realmente seja Ética. Penso que no atual contexto verifico que está cada vez mais extinta não só a palavra em si como o real significado que ela representa. Os diversos escândalos envolvendo as pessoas que elegemos para os cargos importantes, toda a sujeira que nos rodeia nos remete a uma questão: o que as pessoas sabem realmente sobre Ética e Moral?
                  A questão é mais ampla. Não é só o significado da palavra que é importante, sabemos qual a definição de Ética: é o ato de refletir antes de agir, o julgamento de nossas ações para sabermos se são boas ou más; é a nossa Consciência Moral, a oportunidade de pensar sobre nossas ações e qual será o impacto delas na nossa vida e na vida das pessoas que nos rodeiam. Está diretamente ligada ao caráter do indivíduo, a Moral que é definida como um conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes, valores que norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo social. Enquanto que a Ética é subjetiva, a Moral é normativa. Designar, denominar... Isso é deveras fácil. Mas será que temos consciência realmente sobre as ações diárias? O que será que nos difere dos demais animais que vivem sobre o planeta terra? E por que será que nós, seres racionais não colocamos em prática esses princípios sempre? Por que será que não pensamos nos nossos atos antes de fazê-los? Simples: somos impulsivos, imediatistas, por que não falarmos, egoístas.
    Costumamos pensar primeiro em nós mesmos para depois pensar nas outras pessoas. Isso é errado? É antiético? Conseguimos mesmo ter esse comportamento altruísta sempre ou somente em determinadas ocasiões? São várias questões que envolvem o ser e o pensar Ético. Muitos inclusive falam que inexiste a questão Ética em nossos dias, tratam-na como utopia, ilusão. O problema é que não costumamos refletir e buscar os “porquês” de nossas escolhas. Agimos por força do hábito, dos costumes e das tradições, impondo como naturais às realidades social, política, econômica e cultural. Mais precisamente não fazemos Ética por que não costumamos criticar nossas ações.
    A Ética não é algo superposto à conduta humana, pois todas as nossas atividades envolvem uma carga moral. Idéias sobre o bem e o mal, o certo e o errado, o permitido e o proibido, o que posso ou não fazer definem a nossa realidade, o que de fato somos.
   Em nossas relações cotidianas estamos sempre diante de problemas do tipo: Devo sempre dizer a verdade ou existem ocasiões em que posso mentir? Será que é correto tomar tal atitude? Devo ajudar um amigo em perigo, mesmo correndo risco de morte? Essas e outras questões nos colocam frente a problemas práticos que aparecem nas relações entre os indivíduos e que geralmente sua possível solução nunca envolve somente uma pessoa, mas sim todo um grupo de pessoas ou uma comunidade.
  “Ninguém é uma ilha”, a existência de um só homem depende de vários... Uma só atitude impensada afeta todos que nos rodeiam. Neste convívio social precisa haver regras, normas que conduzam todos os seres a uma existência pacífica e harmônica. A existência do homem sobre a terra depende dessa completa capacidade de nos interagirmos uns com os outros. Isso de fato é o que para mim significa Ética.